sábado, 13 de novembro de 2010

Sobre o particular..



A internet e todos os recursos midiatícos e tecnológicos que conhecemos trouxeram muitas vantagens como sabemos, o contato cada vez mais rápido e interativo, a qualidade na imagem, no som, entre tantas outras coisas. Mas temos as desvantagens também é bem verdade, maquinizados que ficamos transformando coisas simples em espetáculo. Os primeiros passos de um bebê, de nossas criações, nossas decepções, até mesmo momentos extremamente íntimos que ninguém mais além de nós deveria saber. Eu mesma já contei tantas coisas da minha vida aqui, e tudo bem até uma certa medida.

Mas eu falo de coisas que realmente são únicas e são nossas, eu falo de perder a medida entre o particular e o público, não sei se seria a melhor palavra, mas a ideia é essa. Se tudo é universal, meus gatinhos brincando, um bebê nascendo, alguém chorando, morrendo e ao mesmo tempo é particular também, então qual é a medida disso?

Eu não sei se sou eu mesmo que penso demais, complico demais ou o que mas eu me cobro por exemplo quando me vejo querendo compartilhar um monte de coisas manais. Ex: Novamente os gatinhos. rs Estou com 3 filhotes em casa, eram quatro, um já ganhou uma nova casa. Vejo-os brincando, fazendo suas artes, seus rostinhos lindos e tiro um monte de fotos, coloco no orkut, no celular, onde posso, fico querendo filmar a toda hora, mas nem tenho nenhum recurso muito bom pra isso. Mas o fato é que me policio quando vem a ideia de que tenho que mostrar o que acho bonitinho, fofo. Não tenho! Algumas coisas são só para serem admiradas mesmo, momentos pra guardar na memória e pronto. São meus e só. Será que estou complicando demais as coisas?rs

O que quero dizer é que muitas vezes deixamos de curtir alguns momentos integralmente só pensando em o que fulano ou siclano vão pensar quando virem, em quantos acessos no youtube vão ter, quantos comentários no orkut, e pra que? Só penso que talvez estejamos artificializando um pouco demais a vida, virtualizando demais e abrindo mão de pequenas coisas que nos fazem felizes e pronto. Acho que tenho batido muito nessa tecla ultimamente né? Mas é fato que isso tem me incomodado, e tudo que estou escrevendo tenham certeza, escrevo pra mim mesma também.

Continuemos a compartilhar as coisas boas da vida sim, porque não?! Só tentemos não extrapolar muito, perder a medida do particular. Afinal são essas as melhores coisas da vida, as que não se pode descrever nem com mil palavras, nem mostrar, porque só significam algo pra você mesmo, e é isso que importa.

5 comentários:

  1. "...O que quero dizer é que muitas vezes deixamos de curtir alguns momentos integralmente só pensando em o que fulano ou siclano vão pensar quando virem, em quantos acessos no youtube vão ter, quantos comentários no orkut..."

    bah, concordo contigo... as pessoas tão vivendo hoje pro orkut, youtube e tudo o mais. é que tá todo mundo em busca da fama na internet... ae ficam nessa.,.. bem como tu disse, não aproveitam as coisas, só querem viver pra registrar e por na internet... bah... eu acho muito chato isso...

    mas tem uma coisa que me incomoda muito é alguém que teve filho recem, e um ou dois dias depois tá colocando foto da criança na internet. Pra que isso? essa super exposição da pobre criança... eu ahco horrivel...

    minha prima teve bebe há um ano e pouco e fez isso. Eu falei pra ela o que pensava. Não sei se ela se ofendeu, mas nem deu bola, porque seguiu colocando as fotos... hehe...

    sei lah... eu tenho muito cuidado com a internet. Orkut, msn, twitter eu mantenho controle... não fico dando acesso a todo mundo... mas enfim...

    cada cabeça uma sentença né... hehe...

    bom texto, moça!

    Abração" =)

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  2. Boa reflexão, Marina! Eu tenho cuidado para não expor muito a minha privacidade. Afinal, não quero viver para logo contar na internet e publicar fotos. Tenho percebido que muita gente faz as coisas já pensando em publicar nos seus espaços virtuais. Por exemplo: tirar uma foto pensando que vai ficar legal no orkut.

    É muito bom compartilhar nossas alegrias e tristezas com os outros, mas é preciso que haja equilíbrio e bom senso. A gente nunca sabe o que os outros podem fazer com o que contamos. Não podemos esquecer que existem pessoas com "segundas intenções" ou mal intencionadas.

    Um abração da Lu!

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  3. Oi, filha!
    Tem sido assim mesmo...
    O que deveria ser pro nosso bem estar muitas vezes tem se tornado um laço!
    Há tantas coisas boas que temos deixado de lado... temos que aproveitá-las, enquanto existem!
    Beijos

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  4. olá Marina, tudo bem?
    não vou ser hipocrita, pois odeio hipocrisia, sou uma vitima dessa modernidade, sou bastante apegada a redes sociais, isto deve ser pelo fato de viver a maior parte do meu dia na frente do computador, por conta do trabalho e outra parte dentro de um onibus..rsrs...
    sinto vontade de saber das novidades, e de falar novidades, através do meu blog e mil perfils... mas estou melhorando graças a Deus!
    afinal das contas, isto não deixa de ser uma forma vazia e fria de comunicação...
    estou conseguindo me envolver mais com coisas maiores.... ufa!

    beijos

    Fica com Deus

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  5. Cara aspirante a publicitária: concordo contigo. Sabe por quê muita gente passa valiosas horas de seus inúteis dias publicando fetiches pessoais na internet ao invés de trabalhar e aproveitar as coisas boas da vida? Porque infelizmente sempre tem alguém ainda mais desocupado que consome tais conteúdos. A imprensa, por exemplo, entope as páginas das revitas, jornais e sites com idiotices como "Mariah Carey publica foto do cãozinho dela no Twitter", "Luana Piovani toma sorvete com o filho na praia". E daí? E daí?? E daí, caramba??? A gente fica sabendo das porcarias sem querer porque os jornalistas mal sucedidos ficam produzindo merda depois de merda. Pior que muita gente pára para ler esse tipo de coisa. Talvez porque seja fã do artista (nesse caso, ainda vai - desde que não seja fanatismo). Só que aqueles indivíduos ou indivíduas desconhecidos que ninguém conhece e nem quer conhecer criam perfis no Orkut, Facebook, Twitter e afins e os inundam de fotos. Todo mundo louco para ser a próxima sub-celebridade do momento. E os programas de TV que ficam expondo pessoas que publicam imagens suas na internet, taxando-as de engraçadas, hilárias, etc.? É a banalização total do "eu". As pessoas tentam parecer o que não são para ganhar mais notoriedade - exatamente o que acontece com os imbecis que participam do Big Brother e com os mais imbecis ainda que gastam dinheiro ligando para elimar alguém daquela bagaça idiota e mais ridícula de todas. Sugiro que as ciências da Comunicação Social sejam disciplinas dos ensinos Fundamental e Médio. Talvez assim as próximas gerações sejam formadas por atores sociais mais conscientes.

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