quarta-feira, 29 de dezembro de 2010

Minha alma velha..


Foto Marta Almeida Olhares.com


Ouvi tantas vezes nos últimos dias que parecia uma velha que comecei a me perguntar se haveria algum sentido nisso. Será que eu sou velha em algum aspecto que não sei? Quando é mesmo que nossa geração começou a se sentir velha, ou antes, quando começaram a nos ver assim?

Não creio que todas as pessoas façam indagações nesse sentido, talvez fazê-las seja ser velho, afinal o novo não quer saber muito de parar pra pensar(na grande maioria das vezes), refletir então se tornou meio obsoleto. Eu não sei, talvez seja muito pessimista da minha parte, mas eu me pergunto onde é que toda essa "novidade" vai nos levar, pra onde é que essa era do novo, do tecnológico, do speed, vai nos guiar. Até agora tenho visto nos levar para um lugar não muito bom, um lugar onde o sentimento fica pra escanteio, onde tudo o que digo agora parece brega, sem sentido, sem graça. Mas minha alma velha insiste em ainda se apegar à esses pensamentos.

De repente me transporto pra uma praça, pessoas conversam riem e choram, são felizes, pode parecer imprecionante mas elas não morreram sem a internet, sem a TV, pode ser até mesmo que viveram mais. Naquele lugar uma pessoa nunca teria morrido porque esqueceu de comer em frente a tela de um computador, nunca teria se matado de trabalhar pra comprar o carro do momento, o bum dos computadores. Computadores não matam, eu acho, mas porque nós temos morrido? Porque não ensinamos as máquinas como queremos viver nossas vidas, ao invés de deixar que elas ditem a forma com que devemos viver?

Afinal o que é velho, o que é novo? Sentir é velho, o agora é novo, o pensar é velho, o agir é novo. Novo.. Velho.. Disso é feito a vida, disso somos feitos, e é isso que fazemos, qualificar as coisas é humano, nos qualificar, ainda mais, e é da mistura do que fomos, do que somos e do que seremos que nos encontramos por aí, que vivemos. VIDA, eis aí o centro de tudo, não deixar de pensar naquEle que nos deu a vida nos faz mais humanos, nos faz lembrar daquilo que fica no final, quando o imaterial será tudo que temos e tudo que teremos.