quinta-feira, 21 de julho de 2011

Novas experiências


Cá estou de novo, neste momento tentando anotar, traduzir meus sentimentos e sensações enquanto estão a flor da pele, pulsando forte e muitas vezes me deixando atordoada. Falo da minha última experiência no movimento estudantil. Movimento... Eis a questão. Sair do lugar, ampliar os horizontes, crescer(não, não é bem assim que tá no dicionário).rs 

Creio ter crescido bastante nos últimos dias enquanto estive no congresso nacional da UNE em Goiânia, na verdade eu passei por uma avalanche de sentimentos, uma montanha russa que horas me levava pro alto e em outros momentos pra baixo, felizmente o movimento do "pra baixo" durou menos.

Não dá pra definir o que vivi lá em 1 post apenas por isso vou deixar aqui um panorama geral do que vivi para destrinchar com mais calma com o decorrer do tempo. 

Vi coisas bastante intrigantes por lá, boas e ruins. Vi jovens que tentam se unir enquanto muitas vezes se separam, em "forças" que não servem para mostrar pensamentos diferentes sobre uma mesma coisa, mas na maioria das vezes para disputar "quem grita mais alto", quem se destaca mais, mesmo que negativamente. Obviamente acredito que nem todos lá desejavam apenas isso, mostrar poder, um poder sabe se lá de que. Poder o que? Poder como? Não creio que todos saibam definir bem isso, onde estão e onde querem chegar. Infelizmente já que a tanto a se conquistar em relação a educação no Brasil e os caminhos que serão tomados para se conseguir isso vão definir drasticamente como isso se dará, se essas novas conquistas virão ou não. Novas já que obviamente muito já foi alcançado, mas não quero levar para esse rumo por hora.

Das coisas boas que vi a que mais me chamou a atenção surgiu depois de um acontecimento ruim, mulheres que foram agredidas durante uma discussão sobre o novo código florestal, não estava no local e não vi como tudo aconteceu, o que soube foi da agressão física e emocional que essas mulheres sofreram, uma delas chamada de puta por pessoas presentes no momento. Até aí tudo muito trágico mas felizmente a história não acabou. Vi essas mulheres se levantarem contra o machismo e a intolerância, se unirem e virarem o jogo, mostrar a força que tem. Eu pessoalmente não compro muito a ideia de sexo frágil, nem de qualquer sentimento de inferioridade em relação aos homens, até porque não me sinto inferior em nada, só diferente, isso é claro. Mas foi muito bonito ver essas mulheres provando isso e se levantando em um grito que marcou(pelo menos pra mim), o congresso: "Eu não sou santa, eu não sou puta, eu sou mulher eu sou de luta." É, quem é que pode duvidar disso?!

Bom entre os espantos, os sentimentos a flor da pele, me assustei comigo mesma, com o mundo de possibilidades que se abria, com tudo que eu ainda não sei, minha santa ansiedade, felizmente tive colo pra essas angustias e entendi  que não dá pra querer construir um reino inteiro em 1 ano que dirá em alguns meses. Até o começo do ano eu não tinha noção do que era tudo isso e de repente quero entender tudo como se tivesse nisso há anos, é burrice eu sei, coisas de uma mente inquieta e ansiosa. Mas o bom disso é nunca me contentar em engolir nada pronto, é saber ponderar, questionar e poder voltar atrás se preciso, a parte mais complicada da história pra mim, mas tudo bem, faz parte.

No mais só posso agradecer a Deus, a todos os amigos que tenho e aos novos amigos que essa experiência me proporcionou e possibilidade de me sentir mais que uma expectadora da vida, mas cada vez mais poder ter a sensação de estar vida, de poder mudar, de poder acreditar quando muitos acreditam que isso tudo é apenas utopia. Ok, prefiro ser utópica e ter um motivo pra viver que entregar os pontos e achar que nada mais tem solução, pra mim essa seria a definição de morte em vida. Por isso sigo sonhando, acreditando, vivendo e aprendendo. Afinal o que é a vida senão isso?! Errar não é a morte, a morte é desistir, é parar, é não tentar.   

sexta-feira, 8 de julho de 2011

O que acontece enquanto os olhos piscam

                                                                                               Foto: Marina Brito    
                                                    
Esse é quase o nome de uma letra do Teatro Mágico. Achei apropriado para falar do meu sumiço. rs 

Como sabem aqueles que sempre me acompanham por aqui escrever para mim sempre foi um prazer, e nos últimos meses passei ensaiando pra escrever várias vezes sem sucesso. Primeiro por causa do cansaço que acabou me tirando a vontade de fazer até mesmo uma das coisas que mais amo, e é claro esse cansaço se justifica pela imensa carga de trabalhos da faculdade, juntado ao meu estágio e um elemento novo, ter ingressado, digamos assim, no movimento estudantil.

Aliás essa última tem sido uma grata surpresa da vida pra mim. Desde que tomei conhecimento de como funcionava basicamente a organização dos estudantes dentro da universidade no começo desse ano e comecei a participar das reuniões para formação do DCE da faculdade onde estudo, tudo correu muito rápido, em um piscar de olhos era a tesoureira desse DCE, participei de um congresso em São Paulo, há poucos dias de um congresso da UEE Minas que aconteceu na cidade na minha universidade. Enfim, fui arrebatada por tudo isso, quem é que me conhecendo um pouquinho diria que seria diferente?rs Só eu mesma é que não imaginava que ia gostar tanto de tudo isso.

E assim é vida, enquanto piscamos as coisas acontecem, sutis como um piscar de olhos, a menos que nós as impeçamos a vida flui normalmente. Nós a impedimos de fluir quando imaginamos que podemos controlá-la e  fazemos isso com todo o nossa força, imaginando que as coisas saírem do nosso controle é sempre ruim. Bom não estava nos meus planos me apaixonar pelo movimento estudantil, nem em como isso ia interferir no meu pensamento sobre tantas coisas. No começo do ano eu riria se me dissessem que tudo isso ia acontecer na minha vida. 


Que em Junho eu estaria falando com um monte de estudantes sobre a minha opinião sobre o fundo do pré-minério. Eu nem sabia o que era isso. Hoje eu ainda sei pouco, sei o básico sobre um monte de coisas, mas já é muito mais do que imaginei saber há uns 4 meses atrás.

Há uns anos atrás, poucos, sei lá, uns 3, eu nem cogitava a possibilidade de falar em público, ainda mais na presença de tantos rostos estranhos. É claro que o nervosismo não deixou de existir, mas há uma grande diferença entre ficar com medo e em deixar que esse medo de paralise. Nesses momentos eu volta e meio me lembro das palavras de um anjinho que faz parte de todo esse processo de transformação na minha vida. Minha terapeuta, ela sempre diz que o medo é normal, e é até bom porque nos protege, mas que apesar dele temos que seguir, ir em frente, com ele junto, mas ir. É o que tenho tentado fazer, e notado que a cada passo fica mais facil, mais suave seguir.

Então aconteça o que acontecer siga, é só segurar firme nas mãos de Deus e caminhar. Vai se assombrar com tudo o que pode acontecer enquanto seus olhos piscam, e eu olhar pra trás poderá perceber que se você espera coisas boas da vida e as recebe de braços abertos elas acontecem, as ruins não vão deixar de vir também, mas tudo bem, a gente aprende que elas são bençãos disfarçadas porque são elas que nos levam  para a próxima etapa, para o próximo degrau. Obviamente minha vida não virou um mar de rosas, longe disso, mas tenho tentado valorizar mais tudo que ela tem me dado de bom grado sem pensar demais em qual a próxima rasteira que ela me dará depois disso. Tudo bem se ela não me der nada tão surpreendentemente bom ou facil, na maioria das vezes é bem o contrário, mas em um piscar de olhos tudo pode mudar. Essa é a roda da vida, felizmente dinâmica e imprevisível.  

PS: O como a roda continua a girar agora eu tenho um novo gatinho também, olha que fofura.
Esse é o Simba, avesso ao Core, enquanto ele era super tranquilo esse é ligado no 220, mas fofíssimo também.